Empresa foi impactada pela operação Lava Jato. Sete Brasil foi criada para construir e alugar sondas para a Petrobras.
Os acionistas da Sete Brasil – empresas de sondas de águas ultraprofundas e parceira da Petrobras – decidiram em assembleia extraordinária realizada nesta quarta-feira (20) que a empresa entrará com um pedido de recuperação judicial para tentar reestruturar a dívida com credores.
Segundo a assessoria de imprensa da companhia, ainda não há uma data prevista para a empresa entrar oficialmente com o pedido na Justiça.
Procurada pelo G1, a Sete Brasil não informou o valor atualizado da dívida.
A Sete Brasil tem contratos bilionários com a Petrobras para a contratação de sondas de perfuração e foi impactada pelos desdobramentos da operação Lava Jato. A empresa foi citada nas delações premiadas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.
O escândalo fechou o mercado de financiamento de longo prazo para a Sete Brasil, forçando os maiores bancos do Brasil a estender o vencimento de mais de R$ 14 bilhões em empréstimos.
Criada em 2010 para construir e alugar sondas para a Petrobras, a empresa tem como acionistas o Fundo de Investimento em Participações – FIP Sondas, com 95% do capital, e a Petrobras, com 5%. O FIP Sondas reúne quatro fundos de pensão (Petros, Funcef, Previ e Valia), três bancos de investimentos privados (BTG Pactual, Santander e Bradesco), o FI-FGTS, alem de outros fundos.
A Reuters publicou no início do mês que a Petrobras, única cliente e detentora de 5% do capital da Sete Brasil, procurou sem sucesso uma arbitragem para refazer os termos de um contrato de longo prazo com a companhia.
A Petrobras ajudou a criar a Sete Brasil para gerir a maior frota de perfuração em águas profundas do mundo, com US$ 89 bilhões em encomendas prometidas. Mas a Petrobras precisa assinar o contrato, que está em discussão há dois anos.
A estatal queria fazer uma proposta reformulada, bem menor, após ter sido alvo das investigações da operação Lava Jato.
Um eventual colapso da Sete Brasil poria em risco mais de 800 mil empregos diretos na construção naval, provocando quase R$ 40 bilhões em perdas, segundo estimativas da indústria, destaca a Reuters.
Fonte: g1.globo.com