As empresas estão enfrentando custos crescentes para proteger suas marcas on-line depois da aprovação, na semana passada, de uma grande reformulação no sistema de registro de endereços de internet.
A partir de janeiro, as empresas e grupos comunitários poderão requerer seus próprios nomes personalizados de internet, como.apple ou.hitachi, em vez de se limitar a usar os sufixos existentes, como.com e.net.
Estima-se que os custos para criar um desses novos domínios de topo, como é chamada essa parte do endereço de internet, serão de cerca de US$ 500 mil, incluindo uma taxa de inscrição de US$ 185 mil.
A decisão da Organização da Internet para Designação de Nomes e Números (Icann, na sigla em inglês) é a maior mudança do sistema de identificação da internet desde a criação do sufixo.com, 26 anos atrás.
A Icann - organização sem fins lucrativos que tem base nos Estados Unidos e é a responsável pelo estabelecimento das normas relativas aos endereços de internet - argumenta que a reformulação dará às companhias e às comunidades maior liberdade para criar identidades on-line para si.
Cidades como Londres e Nova York, por exemplo, estão estudando a possibilidade de criar os domínios.london e.nyc.
Goodwill Zwelithini, o rei dos zulus, está interessado em garantir.zulu para seu povo.
No entanto, muitas empresas temem que a proliferação de endereços de internet resulte em mais "grilagens" do espaço virtual, uma prática pela qual os nomes de marcas estabelecidas são comprados por oportunistas.
As empresas estão preocupadas com o aumento dos custos que terão de enfrentar a partir de agora, seja para solicitar um dos novos nomes de domínio de primeira linha ou travar batalhas judiciais com invasores do espaço virtual, os chamados "cybersquatters".
A propriedade de nomes populares será decidida por leilão e, nessas circunstâncias, os custos podem ser meteóricos.
Fonte: Valor Econômico